domingo, 13 de junho de 2010

Luísa Basto.


Passou mais um 10 de Junho e Luísa Basto é esquecida, apesar dos seus 40 anos de carreira prestigiada. Uma mulher com passadas gigantes por toda a parte. Sim, ela foi sempre uma cantora de intervenção. Antes e depois do 25 de Abril. Com que voz, com que alma. A marcar toda uma geração que nunca esqueceu as suas canções de grande qualidade artística.
Chama-se Úrsula Lobato e foi Álvaro Cunhal quem a baptizou de Luísa Basto. Soube honrar o nome e tudo aquilo em que acreditou e acredita. Nasceu no Alentejo, na Aldeia Vale de Vargo, na bela Serpa. Estudou canto e música, licenciando-se em 1973, no Instituto Musical Pedagógico do Estado de Moscovo, na Rússia. Regressa a Portugal e, "orgulhosa sempre de ser portuguesa".
O seu nome está ligado a centenas de espectáculos não só pelo País, como por quase todo o Mundo. Os seus discos mostram a sua força, a raça, e um estilo personalizado, belíssimo. O seu canto/encanto revela-nos uma cantora de excepção absoluta. E regista canções maravilha, com assinaturas de nomes grados da cultura. Eugénio de Andrade, José Gomes Ferreira, Manuel da Fonseca, Florbela Espanca, Fernando Tordo, Ary dos Santos e tantos mais.
A sua voz emocionada está registada no ‘Avante Camarada' do Partido Comunista.
O seu percurso de voluntariado é extenso. Activista na sociedade em prol dos mais desfavorecidos. Lá Féria convida-a para a continuidade do musical ‘Amália' e a sua prestação como a Diva do fado é elogiada por todos.
Luísa Basto vai estar no próximo dia 21 na sala maior do Politeama.
UM HINO AO ALENTEJO
Com um talento e qualidade inigualáveis, o seu trabalho discográfico ‘Alentejo' é um autêntico hino de amor à terra e suas gentes. E após 40 anos de cantigas, Luísa Basto canta como sabe. No seu restaurante ‘Forno de Cima' para lá da banda do rio Tejo, e no Pragal, as tertúlias acontecem e são muitos os nomes conceituados que ali estão no "Venha jantar com...".

Carlos Castro
Correio da Manhã - Caras

1 comentário:

  1. Manuel António Domingos21 de junho de 2010 às 17:49

    Então a morte do camarada José Saramago não merece aqui uma palavrinha?

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